A autocobrança é uma experiência que muita gente já experimentou em algum momento da vida. É ruim quando ela aparece, melhora quando ela sabe ir embora. Mas e quando insiste? O que fazer com aquela voz interna que sussurra incessantemente em nossos ouvidos, incitando-nos a fazer mais, ser mais, alcançar mais?
Aí é que precisamos nos haver com o eco das expectativas, muitas vezes irrealistas, que criamos para nós mesmos.
Por um lado, a autocobrança pode ser uma força motivadora, um motor que nos impulsiona a alcançar nossos objetivos e superar desafios. Por outro, ela pode ser um fardo pesado, que esmaga nossa autoestima e bem-estar emocional.
É fácil cair na armadilha da autocobrança excessiva. Vivemos em uma sociedade que valoriza a produtividade, o sucesso e a perfeição, alimentando a ideia de que nunca é o bastante. Somos bombardeados por imagens de pessoas aparentemente perfeitas, alcançando feitos extraordinários, o que nos leva a questionar nossas próprias realizações e progressos.
Inclusive, ela pode se manifestar de diversas formas: pode ser aquela sensação constante de que nunca estamos fazendo o bastante; pode ser a pressão para alcançar padrões irreais de desempenho em todas as áreas de nossas vidas; pode até se manifestar como autocrítica implacável, onde cada falha é ampliada e cada sucesso é minimizado.
De qualquer modo, definitivamente a autocobrança não deve ser usada como parâmetro de valor. Isso porque, com alguma frequência, nós não temos a menor obrigação de atender às expectativas, sejam elas impostas por nós mesmos ou pelos outros. Afinal, somos muito mais do que demandas.
Esteja atento.
Aprender a lidar com esses imperativos internos é um processo contínuo. Envolve cultivar a autocompaixão, independentemente de nossas realizações, bem como definir limites saudáveis, tanto para os outros quanto para nós mesmos.
Buscar apoio, seja por meio de amigos, familiares ou profissionais de saúde mental, também pode ser fundamental. Às vezes é preciso uma perspectiva externa para nos ajudar a desafiar nossos padrões de pensamento autocrítico e desenvolver estratégias mais saudáveis de enfrentamento. Que possamos nos libertar, ainda que sutilmente, dos pesos excessivos que carregamos.